sábado, 14 de janeiro de 2012

TURIM - Visita ao Santo Sudário

Expectativa...
Conseguiríamos vê-lo?
Antigo desejo,
a mortalha que envolveu Jesus,
Rei dos reis, em trinta e três,
Jesus,
Rei dos homens, Rei dos Judeus...
Quem sou eu para frontear
marcas sagradas
deixadas por Deus?

Espera,
filas,
espera.
Enfim, tudo organizado
e a emoção, indizível,
que petrifica a vida
por eternos instantes...


Dez minutos diante do Santo Sudário!

Meu Deus humilhado, brutalizado,
espancado, crucificado.

Instinto e alma,
abracei o lenho, o linho,
afaguei
Seu corpo machucado,
com humano carinho.

Sua cabeça, em meu regaço apoiei,
como se Deus fosse meu filho,
e, abraçando-O,
pude sussurrar-Lhe
"amor, amor, amor".
Perdão, Senhor, eu pequei!
Perdão, meu Deus,
esses males são meus...
Quanto o magoei...

À saída, na descida,
ainda estarrecida...
Deslizávamos pela rua
sombreada de tílias,
Edoardo, Eunice e Myriam.
Paz elísea.
Suaves cântigos
nos envolviam,
cumplicidade dos passarinhos.
Sent[iamo-nos abençoados, agraciados.

A aragem tranquila,
em odores, trazia
chuva de bálsamos, incenso e mirra,
dádiva da Mortalha Divina,
creio eu...

( Poesia da verve literária da escritora e poetisa Eunice Khoury, páginas 46/47 do livro PELA ESTRADA AFORA. / EDITORA ITALIAMIGA )

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