Expectativa...
Conseguiríamos vê-lo?
Antigo desejo,
a mortalha que envolveu Jesus,
Rei dos reis, em trinta e três,
Jesus,
Rei dos homens, Rei dos Judeus...
Quem sou eu para frontear
marcas sagradas
deixadas por Deus?
Espera,
filas,
espera.
Enfim, tudo organizado
e a emoção, indizível,
que petrifica a vida
por eternos instantes...
Dez minutos diante do Santo Sudário!
Meu Deus humilhado, brutalizado,
espancado, crucificado.
Instinto e alma,
abracei o lenho, o linho,
afaguei
Seu corpo machucado,
com humano carinho.
Sua cabeça, em meu regaço apoiei,
como se Deus fosse meu filho,
e, abraçando-O,
pude sussurrar-Lhe
"amor, amor, amor".
Perdão, Senhor, eu pequei!
Perdão, meu Deus,
esses males são meus...
Quanto o magoei...
À saída, na descida,
ainda estarrecida...
Deslizávamos pela rua
sombreada de tílias,
Edoardo, Eunice e Myriam.
Paz elísea.
Suaves cântigos
nos envolviam,
cumplicidade dos passarinhos.
Sent[iamo-nos abençoados, agraciados.
A aragem tranquila,
em odores, trazia
chuva de bálsamos, incenso e mirra,
dádiva da Mortalha Divina,
creio eu...
( Poesia da verve literária da escritora e poetisa Eunice Khoury, páginas 46/47 do livro PELA ESTRADA AFORA. / EDITORA ITALIAMIGA )
sábado, 14 de janeiro de 2012
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